Nível pré-silábico – A criança começa diferenciar letras de números, desenhos ou símbolos e reconhece o papel das letras na escrita. Não tem consciência de que a ordem das letras é importante e nem a correspondência entre o pensamento e a palavra escrita. Geralmente tem idéia de que a leitura e a escrita só são possíveis com muitas letras, geralmente mais de três ou quatro.
Nível silábico – A criança descobre que pode escrever com lógica, que o sistema da escrita é uma representação da fala, conta os “pedaços sonoros”, isto é, as sílabas, e coloca uma letra para cada pedaço, com ou sem valor sonoro convencional.
Há aceitação de palavras com uma ou duas letras, mas ainda com um certa hesitação. Algumas vezes, depois de escrever a palavra, coloca mais letras só para ficar “mais bonito” ou mais coerente com aquilo que pensa sobre a escrita. Para escrever frases, geralmente usa uma letra para cada palavra.
Nível silábico-alfabético – É um momento conflitante, pois a criança precisa negar a lógica do nível silábico, pois muitas vezes ninguém consegue ler o que ela escreve. É o momento que o valor sonoro torna-se imperioso. A criança está a um passo da escrita alfabética.
Nível alfabético – A criança reconstrói o sistema lingüístico e compreende a sua organização. Lê e expressa graficamente o que pensa ou fala. Nesse momento, a criança escreve foneticamente, ou seja, faz a relação entre o som e letra, mas não necessariamente de modo ortográfico. Geralmente consegue distinguir letra, sílaba, palavra e frase, mas ainda não divide a frase convencionalmente, gramaticalmente. Nessa fase costuma começar a interessar-se pela letra cursiva.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras, 6. ed. São Paulo, Cortez, 1997, p. 25.
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